terça-feira, 3 de janeiro de 2012

De repente acordamos e estamos num daqueles filmes "Cyberpunks" distópicos dos anos 80, onde há um monopólio de poder, onde a tecnologia avança junto com a violência e corrupção que é encontrada em toda parte, onde as pessoas e até mesmo seu pensamento e sentimento se torna cada vez mais cybernético trazendo consigo uma conformidade sedentária, onde todas nossas necessidades e sonhos se resumem a algum pequeno aglomerado de luxo(Lixo) que é nos é empurrado, trabalhasse o mês inteiro, passasse dificuldades, e no final do mês o que vale é se endividar com um aparelho eletrônico, ou a ultima novidade que nos é cuspida.
Mas como culpar a população por isso?
Boa parte das pessoas trabalha o ano inteiro sem direito nem a férias, durante 3 anos todo dia você vai comprar pão e vê aquele padeiro de, de manhã até de noite, para que este trabalha? 
Não lhe sobra tempo para nada a não ser para trabalhar e para pagar suas dividas, tirando isso lhe é dado um feriado, que infelizmente pelo pouco lhe é pago este prefere o conforto de assistir a uma televisão em sua folga, comer e dormir, pois 90% do período em que este esta acordado este mesmo encontra-se trabalhando, trabalhar é muito nobre, mas infelizmente encontra-se como uma distopia desconcertante na nossa sociedade atualmente para muitas pessoas, pois muitas pessoas estão fadadas a trabalharem com o pensamento de que 5 anos depois estarão no mesmo lugar, fazendo o mesmo trabalho e ganhando a mesma quantia.
E este mesmo pobre trabalhador, trabalha investindo no pouco que pode para sua família, investindo em que seu filho não seja pego pela mesma armadilha repetitiva e exaustiva que ele, de passar 5 anos numa cena que se repete todos os dias,vendo aquelas pessoas de "sorte na carteira" viajarem e curtirem tudo que quiserem enquanto este esta fadado a repetição do esforço de tentar se-manter, este então investe nos estudos do seu filho, mas vamos nos recordar como anda as instituições de ensino hoje:
Os professores estão fadados a receberem pouco por um trabalho nobre e de extrema importância, com uma carga horaria de trabalho que efetuam,deveriam ganhar bem mais se comparado com outros empregos, infelizmente as escolas se tornaram um exemplo da má distribuição quando diz respeito aos professores, e uma imagem de violência e caos quando diz respeito aos alunos,que são mais encarcerados no que eles chamam de ano letivo, do que educados. como esperar que com educação o seu filho escapara da armadilha da repetição cotidiana e exaustiva, se na escola só lhe é ensinado é a servidão que este deve ter com o estado de maneira que este lhe considere perante a sociedade que o julga, como "cidadão" e não como "indigente".
Lhe é cuspido um milhão de luxos(lixos) como sonhos, e lhe cospem os sonhos mas não as oportunidades de os realizar, e depois ainda se perguntam de onde vem tanta revolta e ódio nas minorias, eles são os culpados da criminalidade, pois estes investem em criar sonhos,mas se esquecem de criar oportunidade para que estes possam se realizar, os veículos de comunicação,cultura e arte, passam a se tornar facas de dois gumes, se transformando em outro modo de te alienar na conformidade da leiguice, todo mundo quer ter aquele carro da tv,mas ninguém para pra refletir por que não conseguimos o ter, e o pior de tudo é que usam para extorquir-nos a nossa próprias esperança, pois ultimamente quem mais tem roubado são aqueles dos quais muitas pessoas investem suas esperanças como "salvadores" que iram melhorar as coisas, estes são os piores extorquistas e ladrões; são os pastores e políticos, que enganam o povo através da sua esperança e fé de que talvez um dia as coisas melhorem.
Falam de estimular a leitura, realmente hoje quase todo mundo sabe ler (principalmente propagandas, e todo aquele lixo de conteúdo pobre que nos cospem) O problema hoje não é saber ler, é que pouca gente sabe pensar!
Estamos naquele filme futurista, onde empresas são o grande poder maior, ondes a violência é brincadeira de adolescente, onde drogas são apenas acompanhantes muito bem-vindos no cotidiano como válvula de escape, onde crescesse a conformidade e quitação ideológica lado a lado com a tecnologia, há palavras jogadas por toda parte, mas não adianta pensar em algo, sem executa-lo, não adianta pensar em um amanhã melhor, se não nos juntarmos para conseguir alcança-lo, nenhuma força do acaso auxiliara um ideal, para escrever a nossa história são necessárias batalhas e muito suor, para que conquistemos um futuro melhor.


Kauã Skullo

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Antistasiologia: O Estudo da Resistência





Antistasiologia: O Estudo da Resistência

Uma breve introdução

O que é Antistasiologia?

Neste momento, creio que se torna necessário definir exatamente o que é antistasiologia e, talvez ainda mais importante, o que não é. Antistasiologia é o estudo comparativo dos vários tipos de táticas, estratégias e estruturas organizacionais utilizadas por vários movimentos de resistência, tanto na história como as que estão em uso atual. As informações absorvidas pelo estudo pode ser particularmente útil em determinar em que situações as abordagens têm sido mais eficazes quando houve um estado de insurreição.

O que não é Antistasiologia

Anistasiologia não é uma tentativa de postular a idéia de que a resistência é uma "arte perdida", que foi aperfeiçoada em um passado mítico com o objetivo de retornar a algum tipo de estilo de vida primitiva. Também não é osenso comum” aplaudindo qualquer grupo declarado em "resistência" pela esquerda (ou direita ). A Antistasiologia também não é partidária de qualquer ideologia e, na verdade, descobrimos que a aceitação de ideologias rígidas tende a levar à falência através da diluição, suplementação ou recuperação.
História

Com um sentido, tenho estudado a resistência em suas diversas formas na maior parte da minha vida. Na verdade, eu me lembro quando meu pai trouxe para casa um "kit headress fé Apache" quando eu tinha uns 8 anos. Meu amor repentino por todas as coisas Apache me fez  ler tudo que  poderia chegar em minhas mãos sobre a tribo, especialmente quanto à sua táticas de combate. Lá eu aprendi como Geronimo e seus 24 homens conseguiram escapar de 5.000 trupes mais seus batedores indígenas que estavam caçando-os por mais de 6 meses. Esse tipo de sucesso é mais do que um pouco impressionante para alguém de qualquer idade, e o pensamento de que assim poucos poderiam ter um efeito tão grande contra tantos era absolutamente esmagadora  contra a minha mente de 8 anos de idade. Algumas das táticas que eu li sobre foram logo postas em prática durante o recreio, e rapidamente se tornou impossível para os meus companheiros me encontrarem durante o esconde-esconde e eu descobri que a arte da emboscada é muito eficaz enquanto jogava “guerra”.
Embora eu tivesse estudado vários povos indígenas com ênfase em suas formas de resistência na maior parte da minha vida, ainda não era até que eu estar trabalhando em uma série de documentos com Tara Humara em certos povos indígenas no México, mostrando claramente  a necessidade de um novo campo de estudos. Nesses papéis que estávamos comparando as táticas de resistência utilizadas por vários povos indígenas na fronteira norte do México, tínhamos em particular os Yoeme (yaquis) e o rarámuri. Nós não só comparamos e contrastamos suas táticas de batalha, mas encontramos sua estrutura social desempenhando uma parte significativa de seus sucessos, bem como, que contrastava com (astecas), os astecas.Sua rígida estrutura hierárquica  que reinava ajudou a levar à sua rápida queda e substituição por outra estrutura hierárquica, a espanhola. Encontramos culturas muito mais igualitárias na Fronteira Norte ,não foram apenas imune a substituição por outras hierarquias de grupos sociais,  estruturas que impediram o colapso da hierarquia social de suas sociedades sobre a perda de líderes-chave como tinha acontecido com o mais rígido e, portanto, mais frágeis, as culturas, como os astecas, maias e incas. O yaquis e o rarámuri, por outro lado se colocaram sob a liderança generalizada apenas temporariamente e por razões específicas, tais como a guerra, que fez suas sociedades muito mais ativas e resistentes. Descobrimos que abordagens alternativas para a democracia direta usada por grupos como o Yoeme, tais como a obtenção do consenso ao  invés do voto, são susceptíveis de  desempenharem um papel bem sucedido. Depois, ampliamos nossos estudos comparativos para incluir não só outros grupos indígenas, como a Inde (Apache) e os zapatistas, mas também de eventos e grupos como o Movimento de Ocupações de Maio de Paris em 1968, o Muhaiyaddeen no Afeganistão, bem como  resistências espontâneas, tais como os motins de Los Angeles. Durante as nossas discussões, percebemos que nossa área de estudo não foi facilmente incluídas nas formas atuais, e a necessidade de criar uma nova disciplina, tornou-se aparente para nós. Neste ponto  nasceu a Antistasiologia nasceu. "Antistasiologia" A palavra em si surgiu quando eu simplesmente tomei a palavra grega para a resistência acrescentando antistasi "o estudo de".

O Futuro da Antistasiologia

A Antistasiologia , sendo o estudo das estratégias, táticas e estruturas internas de resistência, necessita de um ponto de partida para um estudo sério da rebelião, pois é através do estudo da história e do presente que podemos ver nosso caminho para as formas que serão usadas
​​e criadas no futuro.

sábado, 23 de julho de 2011

Favela



FAVELA

Cinturão da pobreza nas grandes metrópoles,
efeito do crescimento desordenado sendo cobrado.
As riquezas se devem hoje, aos que se encontram excluídos do processo nesses locais. O estado de direito, simplesmente, não existe para eles, conseqüência da injustiça; aviamento parcial das benesses que esta estrutura proporciona.
Uma responsabilidade do conjunto da sociedade, que se exime, sem dar razões. Discrimina, para manterem-se alheios as suas incumbências.
Mesmo que não se fortaleça a consciência dessas obrigações, de devolver o que é justo e de direito aos excluídos do processo (atividades de produção cultural, econômica e intelectual, oportunidades e investimentos em educação, formação profissional e participações em programas de seguridade), esta sociedade marginal emergirá por si mesma, porque é a ordem natural que se restabelecerá em algum momento.
Numa perspectiva superficial, vemos um futuro de descaracterização da “favela”, por outra ordem, e, representação social. 
Em seu próprio processo de conceituação referencial, logicamente, se desenvolverá mecanismo capazes de transformar estigmas e rótulos, em representações distintas.
Haverá outra sociedade com o mesmo nome, porém, de conceitos renovados e bem desenvolvidos. Serão representações que a sociedade haverá de reconhecer por instituição própria, ativa e próspera, recriando espaços significativos que devolverão a dignidade, fundamental para uma sociedade, que se propõe justa com seus concidadãos.
O ideal seria que usássemos de bom senso, ao considerarmos os fatos e reconhecêssemos nossas obrigações não cumpridas. Aliarmo-nos pelo espírito da fraternidade, num grande movimento de desagravo.
Esse grande mutirão desvalorizaria tais distinções; tornaríamos o exercício da justiça e uso da verdade, uma atividade incumbida comum.

V Straight

terça-feira, 21 de junho de 2011

Pessoas morrem...Idéias ficam!



Já não sei a verdade acho que nunca soube e nem sei se um dia saberei afinal quem sou eu, qual é meu destino nesse mundo de dor e sofrimento, já não sei mais se esta vivo é realmente uma coisa boa, quando a unica coisa que me faz querer esta aqui nesse mundo de falsas verdades, é falta que eu faria para poucas pessoas, isso é se eu realmente fizer falta para alguém, são tantas lições e contradições, são tantos sentimento não expressados: ódio, amor, tristeza, angustia... e até mesmo Medo, medo não sei nem ao menos do que nem porque ao certo, talvez medo de morrer não exatamente morrer mais morrer sozinho, medo de viver, viver uma vida solitária, medo de ter uma existência vazia, assim dessa forma vou vivendo buscando a verdade e o motivo para minha existência e meus pesares!


ÓDIO:
ALGO QUE ALIMENTA NOSSA PARTE MAIS REPRIMIDA
O ÓDIO DESTRÓI, DESTRÓI NOSSOS INIMIGOS E NOSSA PRÓPRIA ALMA
COMO SACRIFÍCIO POR ALGO QUE VAI ALÉM DISSO,
NÃO VEJO O ÓDIO COMO UMA COISA RUIM,
PELO CONTRARIO O ÓDIO TAMBÉM PODE CONSTRUIR!
DISPARE SEU ÓDIO CONTRA AQUELES QUE O REPRIMEM
MOSTREM PARA ELES QUE VOCÊ TEM VOZ, QUE VOCÊ TAMBÉM
PENSA E QUE PODE TOMAR SUAS PRÓPRIAS DECISÕES,
VOCÊ PODE E DEVE DECIDIR O QUE É MELHOR PARA VOCÊ
TRANSMITA SEU ÓDIO PELO QUE SEJA DESDE QUE VOCÊ ESTEJA REALMENTE CERTO!


ME FALE O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTA ERRADO, DO QUE VOCÊ SENTE ÓDIO, E PORQUE VOCÊ SENTE ÓDIO DISSO, E O QUE TE IMPEDE DE IR A LUTA PARA MUDAR ISSO?

VOCÊ PODE MUDAR, NÓS PODEMOS MUDAR O QUE QUISERMOS ISSO SE ESTIVERMOS JUNTOS, PORQUE PARTILHAMOS DO MESMO ÓDIO POR MUITAS COISAS!






O ÓDIO DE VER AS PESSOAS QUE DEVERIAM NÓS REPRESENTAR TOMANDO AS DECISÕES POR NÓS, E NOS FORÇANDO A OBEDECER COM TODAS AS SUAS FORMAS DE OPRESSÃO.

O ÓDIO DE VER AS PESSOAS OLHAREM PRA VOCÊ E VIRAREM O ROSTO PORQUE VOCÊ NÃO ESTA COM UMA ROUPA DE MARCA! (pro inferno seus estilistazinhos de merda)

O ÓDIO DE VER SEU FILHO COM FOME ENQUANTO MUITO DESPERDIÇAM, PORQUE ELES TEM DEMAIS!

ÓDIO, ÓDIO....
TODOS NÓS SENTIMOS ÓDIO POR VIVER NESSA SOCIEDADE IMUNDA
MAIS NÃO ADIANTA SENTIR ÓDIO SOZINHO,
TUDO NESSE MUNDO DEVE SER COMPARTILHADO, AMOR, ÓDIO. TRISTEZA, FELICIDADE,
ENTRE OUTRAS COISAS SE VOCÊ TEM DE MAIS DE A QUEM NÃO TEM!

VOU FAZER MAIS UMA VEZ A MESMA PERGUNTA:

ME FALE O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTA ERRADO, DO QUE VOCÊ SENTE ÓDIO, E PORQUE VOCÊ SENTE ÓDIO DISSO, E O QUE TE IMPEDE DE IR A LUTA PARA MUDAR ISSO?




"Aponte sua lamina para meu peito, perfure o meu , destrua meu corpo, mesmo assim minha alma e meu legado de revolta vivera em outros corpos..."

TARZAM PUNK!

sábado, 21 de maio de 2011



“Ameaça à ordem e ao sistema de controle.
Mente engatilhada pronta pra agir.
Há grades e muros esperando por você.
A sociedade policial quer o seu fim”.

A mente subversiva está sujeita ao exílio. Mas ela tem que agir em todos os sentidos. Dentro e fora dessa prisão. Se dentro o físico não permite, haja mentalmente e espiritualmente, escreva, leia, grite, vomite, faça o que tiver que fazer pra se libertar do sufoco que a prisão te causa. Você vai continuar sendo o que sempre foi: Aquele que luta por justiça, que se afugenta por meio das ações e das atitudes extremas, que fomenta a violência e o ódio contra esse sistema falido e hipócrita no qual vivemos. E foi por isso que te botaram aí dentro. Por que você representa perigo ao esquema político podre e imundo que forja atitudes civis e sãs de todos os indivíduos dessa terra. E por você não fazer parte de toda a imundície, você é tratado como o próprio imundo. Essa é a ironia desse mundo, amigo. Você se torna a sujeira que eles expelem de si próprios. Eles querem varrer você, te jogar no lixo, te matar por dentro, te fazer um deles. Mas a tentativa vai ser em vão. O que você pensa ninguém tira de você. Te aprisionar não vai te fazer ser mais “cívico” mais “humano”, mais “cidadão”. Você é o que nós também somos: A inquietação, a importunação, a subversão. Nós somos os lixos que eles querem varrer e não vão conseguir. Estar preso neste sistema nos faz buscar a liberdade na mente.

Tali

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Manifesto Queer Insurrecionário!



Queer é um termo reclamado. Seu uso contemporâneo é para descrever gêneros e sexualidades que não se conformam com a sociedade heteronormativa.

Queer começou a ser usado como um insulto às pessoas de gênero e sexualidade diferente (seu significado em inglês é “incomum”), mas rapidamente se converteu num termo para expressar nossas identidades. A maioria das pessoas entendem queer como sinônimo de GLBT. Este entendimento falha em analisar nossa experiência como pessoas queer. Para nós, queer não é uma área estabelecida, queer não é uma identidade que faz parte de uma lista de categorias sociais corretas e aceitas. Queer é uma identidade definida contra a dominação hetero-monogâmica-patriarcal-branca e também uma identidade que se aproxima com aquelas pessoas que estão marginalizadas e oprimidas. Queer representa nossas sexualidades e gêneros, mas também muito mais. Queer é a resistência ao regime no "normal".

Como queers nós entendemos a normalidade. A normalidade é a tirania da nossa condição. A normalidade é violentamente imposta a cada dia, a cada hora sobre nós. A normalidade é a miséria e a opressão. A normalidade é o Estado, é o capitalismo. É o colonialismo e o império. É a brutalidade. É violação. A normalidade é cada forma em que limitamos nossa identidade ou aprendemos a odiar nossos corpos.

Nós falamos de guerra social. Nós falamos disto já que uma pura análise das classes sociais não nos bastam. Que significa uma análise marxista da economia mundial a um sobrevivente de um espancamento? Aos trabalhadore/as sexuais? A um sem teto ou a jovens fugidos de suas casas? Como pode uma simples análise de classe ser a base de uma revolução, que promete libertar a aquele/as de nós que estamos experimentando e viajando mais além dos gêneros e sexualidade que nos são atribuídos? O proletariado como um sujeito revolucionário marginaliza a quem suas vidas não encaixam no modelo do trabalhador heterossexual.

Lênin, Marx e Proudhon nunca jogaram [viveram] como nós.

Nós queremos converter a dominação em ruínas. Esta luta que inabita cada revolução social é o que conhecemos como guerra social. É o processo e a condição do conflito com a normalidade.

Neste discurso queer, estamos falando da luta contra a normalidade. Para nós queer significa guerra social. E quando falamos de queer como um conflito contra toda a dominação, o falamos seriamente.

O normal, o heterossexual, a família comum, estes exemplos sempre foram construídos em oposição a nós. Heterossexual não é queer. Saudável não tem HIV. Homem não é mulher. Os discursos da heterossexualidade, o patriarcado, o capitalismo se reproduzem a si mesmos como um modelo de poder. Para o resto de nós só há morte.

Nas ruas um "maricas" é espancado porque sua representação de gênero é muito feminina. A um pobre homem transexual que não consegue o dinheiro para seus hormônios salva vidas. Trabalhadore/as sexuais são assassinados por seus clientes. Um genderqueer é violada porque necessitava "ter sexo heterossexual". Mulheres lésbicas são encarceradas por defender-se contra homens heterossexuais que as agridem. A polícia nos brutaliza nas ruas.

Queers experimentamos, diretamente com nossos corpos a violência e a dominação deste mundo. Temos nossos corpos e desejos roubados de nós.

A perspectiva queer dentro do mundo heteronormativo é a que nos permite criticar e atacar o aparato capitalista. Nós podemos analisar as formas em que a medicina, a igreja, o Estado, o matrimônio, os meios de comunicação, as fronteiras, o exército e a polícia são usados para nos controlar e destruir. E ainda mais importante, podemos usar estes casos para articular um criticismo coeso de todas as formas em que somos alienado/as e dominado/as.

A posição queer é uma posição onde se ataca o normal. E é desde esta posição que a história dos queers organizados tem tomado sua forma. O/as mais marginalizados - pessoas trans, pessoas de cor, trabalhadore/as sexuais - sempre tem sido a base das chamas da resistência militante queer. Esta resistência tem sido acompanhada pela análise radical que afirma que a liberação queer está amarrada com a aniquilação do Estado e do capitalismo.

Se a história prova algo, é que o capitalismo tem uma tendência de pacificar os movimentos sociais. Isto, trabalha simplesmente. Um grupo ganha privilégio e poder dentro do movimento e pouco depois, traem seus companheiro/as. Alguns anos depois dos distúrbios de Stonewall, homens gays brancos e de classe média marginalizaram toda a gente que havia feito seu movimento possível e abandonaram a revolução.

Antes, se queer era estar em conflito direto com as forças de dominação. Agora nos tocou nos enfrentarmos ao estancamento total e a esterilidade. Como sempre, o capital transformou trans que atiravam pedras nas ruas em políticos e ativistas bem vestidos. Há gays republicanos e democráticos. Há países onde até há bebidas energéticas "gay" e canais de televisão "queer" que fazem a guerra mental, com o corpo e a autoestima da juventude. O estabelecimento político "GLBT" converteu-se numa força de assimilação, gentrificação e do poder estatal e capital. A identidade gay se converteu em um produto, uma comodidade e um aparato que funciona para retirar-se da luta contra toda a dominação.

Agora já não criticam nem o matrimônio, nem o exército, nem o capitalismo, nem ao Estado. Há campanhas para a assimilação queer dentro de cada uma. Suas políticas apóiam todas as instituições que reinformam a heteronomatividade, em vez de buscar a aniquilação daquelas. "Gays podem matar pessoas pobres da mesma forma que pessoas heterossexuais!" Gays podem ter reinos de capital e poder igual as pessoas heterossexuais!" "Somos iguais a vocês!"

Assimilacionistas buscam nada menos que construir o homossexual como o normal - rico, monogâmico, carros luxuosos, residências privadas. Esta construção, claramente reproduz a estabilidade da heterossexualidade, o patriarcado, o binário de gênero, o capitalismo.

Se nós realmente queremos destruir esta normalidade, necessitamos tomar uma posição firme. Não necessitamos da inclusão ao matrimônio, nem do exército, nem do Estado. Temos que destruí-los. Não mais político/as, nem chefes, nem policiais gays. Necessitamos separar as políticas de assimilação e as políticas de libertação.

Necessitamos reencontrar nossa sucessão como queer anarquistas descontrolado/as. Necessitamos destruir estas construções da normalidade, e ao invés, criar posições baseadas em nossa contrariedade a esta normalidade, uma alternativa capaz de desmantelá-la. Necessitamos usar esta posição para instigar rupturas, não só destas políticas de assimilação, mas do capitalismo em si mesmo.

Nossos corpos nasceram em conflito com a ordem social, temos que aprofundar este conflito e fazer com que se espalhe.

Devemos criar um espaço onde é possível desejar. Este espaço, obviamente, requer conflito com a ordem social. Para desejar, em uma sociedade estruturada para confinar o desejo, é uma tensão que vivemos diariamente.

Este terreno, que nasce na ruptura, deve desafiar a opressão em sua integridade. Isto significa a negação total ao mundo. Devemos nos voltar os corpos em rebeldia. Nós podemos apreender a fortaleza de nosso/as corpos em rebeldia para criar o espaço para nosso/as desejos. No desejo encontraremos o poder para destruir o que nos destrói. Temos que estar em conflito com o regime do normal.

Este artigo é uma tradução do panfleto "Towards the queerest insurrection” e o link está em:


Este artigo é uma tradução do panfleto "Towards the queerest insurrection” e o link está em:
Páginas que relatam a insurreição queer mundial:
Fonte:agência de notícias anarquistas-ana


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Medo e Luta!


Que os dias passem, que os anos voem, nunca, jamais se arrependa das escolhas que fizer, pois tudo que lhe fizer bem me fará bem. Que o respeito e a sinceridade de alguns contamine outros, pois não haverá paz se não lutarmos pelo que acreditamos. Tomara que um dia todos nós possamos nos sentar em algum lugar e dizer “sou livre!” .Pois essa luta interminável que nos assombra durante a noite e que nos fadiga durante o dia, haverá de  terminar... Cedo ou tarde. E isso depende de todos nós. Essa noite sonhei com a "utopia", um belo, lindo sonho. Acordei assustado, ouvi gritos, mas em minha própria mente a realidade me acordou. Estamos em estado de guerra, estamos sujeitos a tudo! E quem disse que não temos medo? Claro que temos!!! Medo de perder alguém que  amo, medo  de  não  acordar, medo  de  não ver  mais ninguém em quem me apoio , medo de  perder o mais forte dos amigos, medo de desistir, medo de sentir medo, mas é este, o medo,  que tira a coragem de lutar, a vontade de vencer! Tudo que vai, volta. Mas nem sempre do mesmo jeito.
Digo que não sei o que fazer amanhã, mas sei o que fazer depois de amanhã, minha  vida,  sua  vida, nossas vidas são um baú de surpresas... Esteja  pronto para ela. Por isso digo amigo, que não importa o que aconteça, não importa quanto tempo passe, estarei pronto para lutar. E que um dia tudo isso seja uma lembrança e que aquele sonho seja realizado, que os muros  sejam  derrubados! Eu sei que meu coração ANTIFA estará vivo!

Texto por Bizarro